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Baleias-azuis: por que é tão importante conservá-las?

  • Mariana Manso
  • 19 de abr. de 2021
  • 3 min de leitura

Cauda de baleia na superfície da água.
Cauda de baleia na superfície da água. Fonte: Pexels /Rudolf Kirchner

É extremamente comum considerarmos as baleias como os maiores animais do Planeta, principalmente por causa da popularização da baleia-azul (Balaenoptera musculus). Com até 30 metros de comprimento e mais de 180 toneladas de peso, a B. musculus é considerada o maior animal existente atualmente. A espécie Balaenoptera musculus apresenta três subespécies: Balaenoptera musculus musculus, no Hemisfério Norte; e duas no Hemisfério Sul, Balaenoptera musculus intermedia, distribuída nas regiões antárticas, e B.m. brevicauda, presente nas zonas subantárticas dos Oceanos Índicos e Pacífico Sul Ociental. Entretanto, apesar da fama de animais gigantescos, a subespécie Balaenoptera musculus brevicauda possui metade do peso total de uma baleia azul da Antártica, pode crescer até 24 metros, e é extraordinariamente importante para o ecossistema.


Conhecidas como baleias-azuis-pigmeias (Balaenoptera musculus brevicauda), são uma subespécie tropical da baleia-azul. Conforme a sistemática, denomina-se subespécie quando uma população de uma específica espécie se diverge em consequência da seleção natural, formando várias subdivisões e adicionando um terceiro nome em latim à nomenclatura. Anteriormente à caça de tais indivíduos, pesquisas indicaram que o maior agrupamento estava localizado na Antártida, com cerca de 239 mil seres. Após diversas pesquisas sobre as baleias pigmeias, foi descoberto que, por volta dos anos 2000, estimava-se que existiam de cinco a doze mil baleias-azuis ao redor do mundo, distribuídas em apenas cinco grupos. Atualmente, acredita-se que existam cinco grupos de, pelo menos, 2000 indivíduos cada, distribuídos nos oceanos Pacífico, Antártico, Índico, Atlântico e no Hemisfério Sul.


Conhecidas como fósseis vivos, as baleias pigmeias são relativamente pequenas e, conforme análises moleculares, descobriu-se que elas divergiram das baleias modernas, como a baleia-azul e a jubarte. Outro fato relevante é que outra espécie de baleias pigmeias, próxima às baleias-azuis, foi considerada extinta por mais de 2 milhões de anos, a baleia-franca-pigmeia (Caperea marginata). Entretanto, em 2012, a espécie foi avistada e atualmente é considerada fóssil vivo. Quando se encontra várias subespécies, como o caso das baleias pigmeias, no qual elas podem ser subespécies das famílias Balaenoptera ou Caperea, por exemplo, observa-se que elas correm mais risco de extinção do que se estivessem em uma população maior. Dessa forma, cada subespécie possui um papel específico e essencial para o equilíbrio do ecossistema, além de possuírem rotas, locais de alimentação e de reprodução próprios.


A necessidade de preservar e conservar tais animais vem sendo discutida na área científica e fora dela, por meio de divulgações científicas através da mídia. Em relação a isso, as baleias são essenciais para que o ecossistema funcione corretamente e esteja em equilíbrio, uma vez que elas têm um papel essencial, principalmente, na relação predador e presa. Elas se alimentam de uma grande quantidade e variedade de seres vivos, como peixes, lulas e orcas, e, caso sejam removidas de um específico ecossistema, afetarão muitas relações ecológicas entre indivíduos. Por exemplo, ao se alimentarem de peixes, as baleias reduzem tais populações, o que impede que alguma espécie passe a dominar o ambiente, diminuindo a biodiversidade.

Em se tratando disso, as baleias possuem um papel essencial no combate às mudanças climáticas. Ao se alimentarem, esses indivíduos produzem dejetos, que carregam vários nutrientes importantíssimos para as águas e, mais ainda, para a atmosfera. Por causa da grande quantidade de matéria orgânica presente em seus dejetos, algas marinhas passam a crescer e a se reproduzir, o que aumenta a quantidade de dióxido de carbono (CO2) absorvida, semelhante a quatro florestas amazônicas. As algas são consumidas por krills, um grupo de crustáceos do zooplâncton e que servem de comida para diversos peixes, contribuindo para a continuação do ciclo ecológico.


À vista disso, é importante ressaltar que o ecossistema marinho ainda sofre com ameaças, tais como a caça e a pesca predatórias, e as baleias possuem muitas dificuldades para sobreviver. Atualmente, estima-se que a população mundial de baleias-azuis corresponde a apenas 2-5% da população antes da caça, o que causa inúmeras péssimas consequências para os ecossistemas marinhos e para a vida na Terra.



Por Mariana Manso | Estudante de Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Ceará e completamente apaixonada não apenas pelo meio ambiente, mas também pela escrita e pela leitura.

 
 
 

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