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Semana do Clima e Greve Global

  • Clariana Monteiro
  • 22 de abr. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 22 de abr. de 2021


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Imagem: Facebook / Fridays for Future Brasil

O mês de março teve uma grande importância de conscientização sobre o movimento climático. Além dos Dias Internacionais Sem Carne (20), das Florestas (21) e da Água (22); no dia 16 comemorou-se o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, criado em 2011. Ademais, a sexta-feira do dia 19 foi escolhida para marcar a Greve Global pelo Clima, movimento organizado por ativistas, principalmente jovens, que demandam ações contra as mudanças climáticas. Parte do que elas destacaram na greve é ​​a urgência de ações imediatas perante os desastres relacionados ao tempo e ao clima que devastaram vários países no ano passado, desde os incêndios florestais que atingiram partes da Austrália, América do Norte e América Latina, até às secas na África, e as tempestades que assolaram a América Central e o Sudeste Asiático.


A Greve Global, em inglês Global Climate Strike, foi iniciada pelo Fridays For Future (Sextas Pelo Futuro), inspirado por Greta Thunberg, e já se configura como um dos maiores eventos de ação climática do mundo. Em setembro de 2019, mais de 7 milhões de pessoas participaram dos protestos de rua liderados pelos jovens. Desde o ano passado que o Movimento tem acontecido primariamente de forma virtual, por causa da pandemia do COVID-19, fato que não anulou a sua força e relevância.


Dalcio Costa, paranaense de 17 anos, é membro do Fridays For Future e por isso já estava a par da greve antes mesmo dela ser divulgada. Ele relata então que já havia feito um planejamento de ações presenciais, porém com o agravamento da pandemia e com sua cidade em alerta vermelho, todas as ações tiveram que ser canceladas. Porém, ele conseguiu focar no webativismo e conta que foi incrível o engajamento da sociedade, e que por isso, conseguiram transmitir suas vozes. Houve até mesmo um momento em que as redes sociais caíram no meio do movimento, que poderia ter diminuído o engajamento - mas não foi o que aconteceu. Foi a primeira vez de Dalcio participando de uma greve climática, e espera que na próxima greve ele e a população em geral já estejam vacinados para que possam atuar presencialmente.


Na semana do dia 16 ocorreram múltiplas atividades relacionadas à agenda climática, como lives, rodas de conversa, palestras e postagens, organizadas por diversos coletivos e pessoas físicas, que culminaram na ação global do dia 19. A frase de efeito em formato de hashtag#NoMoreEmptyPromisses ou #ChegaDePromessasVazias foi utilizada durante os eventos para exigir ação imediata das lideranças mundiais em relação à crise climática. A união de forças sob um mesmo objetivo reivindica claramente que sejam tomadas medidas concretas para frear as emissões de gás carbônico, realizar a transição do planeta a um sistema realmente sustentável e garantir direitos básicos às populações mais vulneráveis.


A narrativa do movimento, desenvolvida pelo Fridays for Future explica sobre a relevância dessa temática, e por que é necessário agir o mais rápido possível:


“Os que estão no poder continuam a fazer promessas vagas e vazias para datas muito distantes, que são tarde demais. O que precisamos não são metas sem sentido para 2050 ou metas de zero líquido cheias de falhas, mas ações concretas e imediatas alinhadas com a ciência. Nosso orçamento de carbono está se esgotando. A crise climática já está aqui e só vai piorar, então, se quisermos evitar os piores cenários, as metas climáticas anuais e de curto prazo que incluam justiça e equidade devem ser priorizadas pelas pessoas no poder​​ (..) Quando sua casa está pegando fogo, você não espera 10, 20 ou 30 anos antes de chamar o corpo de bombeiros. Em caso de emergência, você age o mais rápido que puder. (..) Recentemente, vimos vários países se comprometendo com reduções de emissões aparentemente ambiciosas e promessas de alcançar emissões zero líquido. (..) Infelizmente, essas metas estão cheias de falhas, contas criativas e exclusão de fatores cruciais como emissões pelo consumo de bens importados, aviação internacional e transporte marítimo, bem como ciclos de retroalimentação e pontos de mutação como o metano sendo liberado pelo derretimento do permafrost. ”


As demandas gerais para ação imediata também foram listadas, demonstrando o quanto a juventude tem conhecimento sobre a pauta e sobre seus direitos. São elas:

  • Acabar com todo e qualquer investimento em exploração e extração de combustíveis fósseis;

  • Estabelecer orçamentos de carbono anuais e obrigatórios de acordo com a proposta do IPCC que nos dá 66% de chance de limitar o aquecimento global em 1.5ºC;

  • Adotar políticas climáticas que considerem o bem-estar das classes trabalhadoras e mais vulneráveis pela crise climática;

  • Proteger e assegurar a democracia, fornecendo espaços e revogando leis que limitam a participação dos cidadãos na tomada de decisões sobre o clima;

  • Tornar o ecocídio um crime internacional.

Pela primeira vez, o movimento contou com seu hub, um Centro de Ação para ativistas e grupos locais em todo o mundo. Com a primeira versão lançada em 13 de janeiro, será um local para obter recursos e informações, bem como uma oportunidade para trocar ideias e de ajuda mútua.


POR CLARIANA MONTEIRO

 
 
 

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